As relações conjugais constituem um terreno onde muitas emoções são
vivenciadas cotidianamente. Carinho, ternura, frustração, raiva, decepção e tensão
podem estar presentes nas interações em um mesmo dia. Um relacionamento saudável
pressupõe o equilíbrio favorável entre individualidade e conjugalidade, comunicação
clara e assertiva, respeito à individualidade e preservação do espaço coletivo.
A satisfação conjugal depende da capacidade de lidar adequadamente com os
conflitos, decisões compartilhadas,
comunicação eficaz, confiança, respeito,
compreensão e equidade, intimidade sexual e psicológica. A expressão assertiva de
desejos, sentimentos e necessidades facilita a solução de conflitos relacionais e aumenta
o senso de autoeficácia e autoestima. Além disso, a satisfação conjugal fortalece o
sistema imunológico e aumenta o tempo de vida das pessoas (Sardinha, Falcone &
Ferreira, 2009).
A insatisfação no casamento é, por outro lado, um dos maiores estressores da
vida. Quando os elementos necessários à saúde relacional e à satisfação conjugal não
estão presentes, pode-se observar uma pressão intensa para o ajustamento, extremos de
pouco envolvimento ou interdependência excessiva, estagnação, resignação, raiva e
elevados níveis de estresse (Hartmann, 2004; Sadir et al., 2010).
Após o casamento, homens e mulheres frequentemente apresentam maiores
níveis de estresse, em decorrência do acumulo de papéis e responsabilidades (Hartmann,
2004; Sadir et al., 2010). Mesmo nos relacionamentos considerados saudáveis e em que
a satisfação conjugal está presente, o conflito é inerente ao desenvolvimento familiar. É
especialmente comum quando o casal/a família passa de uma fase para a outra do ciclo
vital e quando há uma mudança que exige alteração da forma habitual de se relacionar e
solucionar problemas.
Nesses momentos, há um estresse de transição, decorrente da divisão entre
manter o status quo e o desejo/necessidade de mudança. Os rearranjos conjugais podem
ser mais ou menos saudáveis e, quando são mal adaptativos, afetam o bem-estar
psicológico e a qualidade de vida das pessoas, além de aumentar os níveis de estresse
(Guimarães & Couto, 2011). O estresse no relacionamento conjugal pode ocasionar a
violência entre os parceiros, podendo chegar a homicídio e suicídio e traz consequências
negativas para filhos e demais familiares (Sardinha, Falcone& Ferreira, 2009).
DANIELLE SOARES DE MACEDO
Brasília – DF
2013
Dissertação submetida como
requisito parcial para obtenção do grau de
mestre em psicologia
Exercícios para Liberação da Tensão e do
Trauma: aplicação a situações de violência
conjugal.