A visão
Da nossa infância até nossa vida adulta, desenvolvemos estruturas internas ( padrões) que consistem em formas rígidas de nos relacionarmos com os outros, com o meio ambiente e com nós mesmos. Essas estruturas psíquicas são o resultado de adaptações em nosso comportamento espontâneo com o objetivo de satisfazer as necessidades básicas de sobrevivência, calor, amor, apoio e contato que tivemos quando crianças. Ao longo dos anos, as estruturas vão se convertendo a estratégias estáveis de sobrevivência, projetada para defender o corpo de possíveis ameaças externas, sejam elas reais ou imaginárias.
Nessa direção se intende como é que os próprios impulsos internos podem ser percebidos pelo sistema defensivo como um perigo para o organismo, na medida em que não se enquadram nas introjeções culturais do contexto social, moral, religioso ou ideológico.
Essas estruturas se coordenam dinamicamente em complexos sistemas psicológicos de defesa, os quais tem como características serem automáticos, mecânicos e autorreferentes. Em outras palavras, eles interpretam o meio em relação às sua próprias características defensivas. Esses sistemas de defesa são as máscaras, as fachadas e as atitudes fixas com as quais nos movemos no mundo. Wilhem Reich as chamava de “couraça caracterológica”; isto é, o conjunto de tensões e contrações musculares que são equivalentes e sustentam a estrutura psicológica do individuo, organizadas em torno dos sistemas defensivos. Como essas estruturas são automáticas, isto é, não requerem mediação de uma decisão consciente, essas couraças filtram e interpretam o que vemos furtivamente, sem permitir que vivenciemos os fenômenos internos e externos senão através do prisma de sua função estrutural.
O encouraçamento emocional resultante do funcionamento desse padrões defensivos culmina na incapacidade de expressar livremente as emoções. Por outro lado, esta couraça tem um correlato físico, ou seja, é fisicamente sustentada pela contração crônica de grupos musculares que reprimem a livre expressão, diminuem a sensibilidade vital e até vêm moldando, historicamente, a estrutural corporal do nosso organismo.
Esses padrões ou sistemas defensivos estão ativos mesmo quando a situação não requer defesa alguma. Desta forma, torna-se difícil fazer contato autenticamente com outros seres humanos ou com nós mesmos. Em geral, vivemos alienados do nosso ser, confundindo nossas máscaras com nossa identidade. Nossa verdade interior foi escondida, esterrada sob múltiplas e espessas camadas de falsidade e desvitalização. Além disso, nosso potencial afetivo, intelectual, sexual e espiritual permanece adormecido, esperando…
Terapia Corporal – Emocional Neorreichiana – Vikrant A. Sentis
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